Passeio de domingo (476)

Passeio pelo orvalho da manhã e pelas amendoeiras que vão florindo.

Tem um coração de ouro

Bright Eyes

Acredita

Acredita que

nesta flor de inverno

há um poema

Post aberto

… aos senhores da empresa, cujo nome não fixei, bem como aos algoritmos que por aí andam à solta, aparentemente descontrolados, para vos dizer que não, não preciso da vossa oferta grátis, nem dos vossos produtos ou serviços. Mesmo nascida no ano indicado no anuncio que resolveram fazer aparecer no meu feed de Facebook, saibam que, como bem comprovam os exames há pouco feitos na medicina do trabalho, ouço em perfeitíssimas condições. Queiram pois atualizar os vossos dados quanto a questões de saúde e de economia da longevidade, a fim de obterem um maior sucesso de vendas para os vosso aparelhos auditivos.

Passeio de domingo (475)

Foi o chamado passeio à "olh'ó passarinho".

Tem a palavra debaixo da língua

Crime

Se eu decidir matar saudades, ter-me-ás por criminosa?

Mazurcamos?

Namorico

Dois adolescentes caminham à minha frente rumo às aulas. Pelas respetivas indumentárias, não lhes encontraria qualquer afinidade tal a diferença de estilos. A uni-los apenas a marca das sapatilhas que lhes leio nos calcanhares e as mãos dadas, dedos entrelaçados, denunciando o namorico.

Resumindo

Carregada a bateria, voltei a colocá-la na máquina fotográfica que juntei à bagagem do fim de semana. Lisboa por destino, um jardim de necessidades nas intenções, assim abalei certa de regressar em tempo de atualizar este blog domingueiro. As necessidades revelaram-se completamente diversas, os imprevistos resolveram marcar a minha agenda e a máquina fotográfica não saiu da mochila, para mal dos pecados de qualquer passeio. Finou-se o domingo com um pneu rebentado numa cratera do IC1 e  regresso a casa em táxi de sotaque alentejano.

E reparo agora que também a segunda-feira está quase a terminar.

Sonata K.481

Meteorologia

o sol 

engana

o coração

que morre

de frio

Passeio de domingo (474)

Hoje cheguei à Senhora da Rocha.

Fim de semana

Decidi que, no novo ano, substituiria os velhos farrapos que costumo usar por casa e renovei o stock – para já a dois exemplares cada – de sweatshirts e calças de algodão com punho no tornozelo. Cá estou eu, portanto, de indumentária relax nova, pronta quer para o farniente caseiro quer para caminhadas ao ar livre nas redondezas. O dia está claro, o sol aquece a tarde, as sapatilhas estão nos pés, aí vou eu.

Resoluções

Ao terceiro dia do ano caiu a resolução dos doces. Há sempre quem se lembra de fazer anos e de levar bolos para o escritório desafiando as mais irrevogáveis decisões de abstinência. E é isso. Não há resolução que resista.

Do tempo que passa

Gosto desta flor seca. Gosto dela porque resiste ao tempo, mesmo sendo a prova do tempo que passa.

Viagem

Atrás de cada ano um novo ano
vem dizer-nos que tudo recomeça
e é possível espreitar além do pano
do grande palco erguido para a peça
da nossa vida, tal uma promessa
contra a tristeza e o desengano.

E o certo é que acolhemos a miragem
e seguimos viagem.

Torquato da Luz, Espelho Íntimo, ed. o cão que lê, 2010.



BOM ANO!