terça-feira, 28 de maio de 2019
segunda-feira, 27 de maio de 2019
Definição
(...)
Poesia: ofício doloroso que consiste
em semear mentiras em desertos
para que delas cresçam as verdades mais puras
(...)
João Melo, Auto-retrato, Ed. Caminho, 2009
domingo, 26 de maio de 2019
Intoxicação laboral
Sabes
qual é o teu problema? - quase gritava o homem para a mulher que o
acompanhava à mesa do bar da praia - sabes qual é o teu problema?
É estares intoxicada com o trabalho.
Passei
junto à mesa dos dois, com areia agarrada aos pés, quando já vinha
de regresso da minha sessão detox do domingo de manhã.
sábado, 25 de maio de 2019
Sons da tarde
Um
vvvzzzzzz da rotação da máquina de lavar;
Um
vvvvvvrrrrrrrrr do carro que passa na estrada;
Outro
que faz bruuummmmm;
Um
pviiitt do passarinho na varanda;
O
sriiiiliuiiiii do melro pousado no limoeiro;
O
au-au-au do cão do vizinho;
O
tutu-tú da rola turca;
O
vroooommmmmvrooommmm do avião no ar;
O
tsvit tsvit de outro pássaro qualquer;
O
tchoucatan tchoucatan do comboio das quatro e meia;
Oh...
O
terimlirilim da máquina que acabou de lavar.
Lá
vou eu tirar a roupa pró alguidar e estendê-la ao sol
a
secar.
segunda-feira, 20 de maio de 2019
quarta-feira, 15 de maio de 2019
terça-feira, 14 de maio de 2019
domingo, 12 de maio de 2019
Skald
Saberás
tu dizer-me a palavra?
E
depois,
Sobreviveremos
ao poema?
“(…)
bastou-me saber que a poesia dos urnos consta de uma só palavra para
iniciar a sua busca e o trajeto que me conduziria à sua terra.”
Borges, j.L., “Undr”, in O
livro de areia, Quetzal, 2017
sexta-feira, 10 de maio de 2019
Cheiros
Cheira
tão bem, diz-me ela enquanto a acompanho até ao carro. É também
disto que gosto aqui. O cheiro deste ar leve e límpido, continua
ela, comparando o ar da noite deste país com aquele de onde vem. Os
problemas podem não ter ficado lá todos, mas só por respirar novos
aromas, boa parte deles sossega por instantes.
segunda-feira, 6 de maio de 2019
Dos males que vêm por bem
Optei
pelo lugar de estacionamento junto à árvore calculando que
providenciaria alguma sombra ao carro, pelo menos em parte do dia,
aumentada no final da tarde pelo prédio em frente. Acertei na parte
da sombra. Só não previ que a árvore se babaria de tal modo, que
me deixaria, como deixou, a pobre viatura toda pingada com uma
espécie de melaço pegajoso que me obrigou a pôr em ação o
compressor de lavagem assim que cheguei a casa. Enquanto dirigia o
potente jato de água sobre o carro, esforçando-me por me equilibrar
ante os balanços provocados por cada apertar ou soltar do botão da
pistola, resmungava contra a árvore. Maldita. Ou talvez não, acabei
por pensar. Bendita árvore babada que me convenceu finalmente a
lavar o carro, que, a bem dizer, precisava de ser lavado havia já
alguns dias. Semanas, vá.
domingo, 5 de maio de 2019
Passeio de domingo (445)
O passeio não é do dia. É do último sábado de abril e foi agendado para a eventualidade de eu não conseguir passear e editar hoje.
quinta-feira, 2 de maio de 2019
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