Maria,
a mais velha da irmandade, andou anos e anos a repetir que já não
fazia cá nada, que já era tempo de partir. Mas o tempo de partir
não se decide assim, só por dizer, e Maria foi-nos brindando com
mais um, e mais outro ano de vida. Cheguei a pensá-la eterna.
Sonhei-lhe um centenário. Chegou aos 95, menos um que sua mãe, e
finalmente, no começo de um novo ano, o tempo fez-lhe a vontade.
Descansou. Chorámos a sua partida. Agradecemos a sua vida.