Quase sempre apanho aquele semáforo no vermelho. Poderia
considerar a forçada e breve paragem a que ele me obriga, no caminho para o
trabalho, como uma contrariedade. Mas não. Bem pelo contrário. Por estes dias
dou por mim quase a desejar que o semáforo passe ao vermelho. E o que me convém
mesmo é que, antes de mim, outro condutor tenha que parar. Sim. O segundo lugar
da fila é que me dá jeito. É que assim, fico mesmo junto ao mupi publicitário
que ali se encontra e isso deixa-me satisfeita. Parada nesse estratégico lugar
da fila do semáforo, tenho a certeza de que, de dentro do mupi, no reclamo do
perfume da Mont Blanc, o modelo só pode estar a olhar para mim.
segunda-feira, 30 de junho de 2014
domingo, 29 de junho de 2014
sexta-feira, 27 de junho de 2014
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Ideal de beleza
A jornalista e blogger Esther Honig tem em curso uma
experiência curiosa. Considerando que o Photoshop simboliza hoje em dia a busca
de uma perfeição inatingível, decidiu contactar especialistas e amadores no
tratamento da imagem, em vários países, e pedir-lhes que a “fizessem bonita”. Os
resultados obtidos até agora mostram como o ideal de beleza difere bastante de
criador para criador e de cultura para cultura.
Interessante.
domingo, 22 de junho de 2014
Passeio de domingo (200)
Logo pela manhã, o passeio ainda começou com uns borrifos de
chuva mas o sol acabou por espreitar brincando às escondidas com as nuvens.
Tudo na praia do Garrão, junto à lagoa das Dunas Douradas.
sábado, 21 de junho de 2014
Verão
O
verão chegou enfezadinho. Parece envergonhado. Esconde-se atrás das nuvens e
deixa-se cair com o vento. Ainda pensei desafiá-lo a mostrar-se um pouco mais e
a marcarmos encontro na praia mas desisti. Se calhar anda desanimado. Ou esquecido
de como se deve comportar nesta ocasião. Vou esperar que ele fique mais
atrevido. Mais espevitado. Ou
simplesmente que recupere a memória.
segunda-feira, 16 de junho de 2014
domingo, 15 de junho de 2014
Passeio de domingo (199)
O dia foi quente mas desenganem-se: não coloquei o pé na
praia. O passeio foi de sequeiro e pisando muito pasto.
quarta-feira, 11 de junho de 2014
domingo, 8 de junho de 2014
sábado, 7 de junho de 2014
H.
Para já, li o conto que dá título ao livro, H. E li também o
titulado O banquete, em que a senhorita Maria empreende uma dieta radical.
Antes de prosseguir para O homem-nuvem, que logo na primeira linha nos situa informando
que o dito ambicionava ter uma nuvem branca na barriga, preciso de aqui vir
para vos dizer que já percebi que vou adorar este livrinho.
Acaba de sair na editora &etc, o que desde logo faz dele
uma peça bastante singular na minha modesta biblioteca. Para mais, conheço a
autora que com ele se estreia. E tudo isso é contentamento.
Eis as razões porque aqui venho anunciá-lo e dizer-vos que o
poderão encontrar por estes dias na Feira do Livro de Lisboa mas também nas
livrarias Ler Devagar (http://www.lerdevagar.com/), Letra Livre (http://www.letralivre.com/index.php), Pó dos Livros (http://livrariapodoslivros.blogspot.pt/), Utopia, no Porto (http://livrariautopia.blogspot.pt/) e Fnac do Chiado.
sexta-feira, 6 de junho de 2014
quarta-feira, 4 de junho de 2014
Metropolitano
Entro no início da linha numa carruagem vazia. A mulher que se
senta na fila de bancos oposta à minha tem o cabelo apanhado num rabo de cavalo.
Tem também umas orelhas descomunais. As orelhas da mulher atraem o meu olhar
como um íman. Se traçasse uma linha em volta da cabeça da mulher, fazendo o perímetro
passar pela borda exterior das orelhas, formava um círculo com o dobro do
diâmetro do seu rosto. Tento disfarçar e não olhar para ela por muito tempo. Consigo
desviar a minha atenção graças a um grupo ruidoso que entra na estação
seguinte. Um corcunda, uma gorda lustrosa e uma magricelas de calças às
bolinhas. Combinam um programa que têm de fazer brevemente e encetam uma
discussão violenta sobre quem foi o último a pagar o café. Quase se pegam
fisicamente. A mulher das orelhas descomunais agita-se no banco. As vozes
alteradas do grupo ruidoso parecem incomodá-la mais do que a qualquer outro
passageiro da carruagem. Na aproximação da estação que se segue a mulher
levanta-se, estica-se, bate as orelhas aceleradamente e, mal se abrem as portas
do metropolitano, sai voando sobre os passageiros que aguardam no cais para
entrar.
terça-feira, 3 de junho de 2014
domingo, 1 de junho de 2014
Passeio de domingo (197)
Reconheço. Hoje faço batota. Encaixo no meu passeio de domingo os passeios dos últimos três dias. Preciso dizer onde foi?
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