segunda-feira, 30 de junho de 2014

Semáforo

Quase sempre apanho aquele semáforo no vermelho. Poderia considerar a forçada e breve paragem a que ele me obriga, no caminho para o trabalho, como uma contrariedade. Mas não. Bem pelo contrário. Por estes dias dou por mim quase a desejar que o semáforo passe ao vermelho. E o que me convém mesmo é que, antes de mim, outro condutor tenha que parar. Sim. O segundo lugar da fila é que me dá jeito. É que assim, fico mesmo junto ao mupi publicitário que ali se encontra e isso deixa-me satisfeita. Parada nesse estratégico lugar da fila do semáforo, tenho a certeza de que, de dentro do mupi, no reclamo do perfume da Mont Blanc, o modelo só pode estar a olhar para mim.



quinta-feira, 26 de junho de 2014

Ideal de beleza

A jornalista e blogger Esther Honig tem em curso uma experiência curiosa. Considerando que o Photoshop simboliza hoje em dia a busca de uma perfeição inatingível, decidiu contactar especialistas e amadores no tratamento da imagem, em vários países, e pedir-lhes que a “fizessem bonita”. Os resultados obtidos até agora mostram como o ideal de beleza difere bastante de criador para criador e de cultura para cultura.

Interessante.


domingo, 22 de junho de 2014

Passeio de domingo (200)


Logo pela manhã, o passeio ainda começou com uns borrifos de chuva mas o sol acabou por espreitar brincando às escondidas com as nuvens. Tudo na praia do Garrão, junto à lagoa das Dunas Douradas.








sábado, 21 de junho de 2014

Verão


O verão chegou enfezadinho. Parece envergonhado. Esconde-se atrás das nuvens e deixa-se cair com o vento. Ainda pensei desafiá-lo a mostrar-se um pouco mais e a marcarmos encontro na praia mas desisti. Se calhar anda desanimado. Ou esquecido de como se deve comportar nesta ocasião. Vou esperar que ele fique mais atrevido.  Mais espevitado. Ou simplesmente que recupere a memória.

domingo, 15 de junho de 2014

Passeio de domingo (199)


O dia foi quente mas desenganem-se: não coloquei o pé na praia. O passeio foi de sequeiro e pisando muito pasto.







domingo, 8 de junho de 2014

sábado, 7 de junho de 2014

H.


Para já, li o conto que dá título ao livro, H. E li também o titulado O banquete, em que a senhorita Maria empreende uma dieta radical. Antes de prosseguir para O homem-nuvem, que logo na primeira linha nos situa informando que o dito ambicionava ter uma nuvem branca na barriga, preciso de aqui vir para vos dizer que já percebi que vou adorar este livrinho.

Acaba de sair na editora &etc, o que desde logo faz dele uma peça bastante singular na minha modesta biblioteca. Para mais, conheço a autora que com ele se estreia. E tudo isso é contentamento.

Eis as razões porque aqui venho anunciá-lo e dizer-vos que o poderão encontrar por estes dias na Feira do Livro de Lisboa mas também nas livrarias Ler Devagar (http://www.lerdevagar.com/), Letra Livre (http://www.letralivre.com/index.php), Pó dos Livros (http://livrariapodoslivros.blogspot.pt/), Utopia, no Porto (http://livrariautopia.blogspot.pt/)  e Fnac do Chiado.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Metropolitano

Entro no início da linha numa carruagem vazia. A mulher que se senta na fila de bancos oposta à minha tem o cabelo apanhado num rabo de cavalo. Tem também umas orelhas descomunais. As orelhas da mulher atraem o meu olhar como um íman. Se traçasse uma linha em volta da cabeça da mulher, fazendo o perímetro passar pela borda exterior das orelhas, formava um círculo com o dobro do diâmetro do seu rosto. Tento disfarçar e não olhar para ela por muito tempo. Consigo desviar a minha atenção graças a um grupo ruidoso que entra na estação seguinte. Um corcunda, uma gorda lustrosa e uma magricelas de calças às bolinhas. Combinam um programa que têm de fazer brevemente e encetam uma discussão violenta sobre quem foi o último a pagar o café. Quase se pegam fisicamente. A mulher das orelhas descomunais agita-se no banco. As vozes alteradas do grupo ruidoso parecem incomodá-la mais do que a qualquer outro passageiro da carruagem. Na aproximação da estação que se segue a mulher levanta-se, estica-se, bate as orelhas aceleradamente e, mal se abrem as portas do metropolitano, sai voando sobre os passageiros que aguardam no cais para entrar. 

terça-feira, 3 de junho de 2014

domingo, 1 de junho de 2014

Passeio de domingo (197)


Reconheço. Hoje faço batota. Encaixo no meu passeio de domingo os passeios dos últimos três dias. Preciso dizer onde foi?