Durante muitos anos foi guardando palavras na esperança de,
um dia, as juntar e contar uma história. Sempre que descobria um termo novo
anotava-o num pedaço de papel e guardava-o religiosamente numa caixa de sapatos
vazia. Gostava das histórias que começavam por “era uma vez” e tinha decidido
que a sua também se iniciaria assim. Ia colecionando essas e outras palavras
com o propósito de, quando chegasse a hora, escolher as mais adequadas e encadeá-las
umas atrás das outras com o rigor da escrita. Porém não se decidia quanto ao
momento certo para começar a sua narrativa.
Morreu sem dar uso às palavras que foi guardando. Quando
partilharam os seus pertences, encontraram debaixo da cama uma caixa de sapatos
vazia que amolgaram para ocupar menos espaço no depósito do papelão.
Uma história sem história mas que me agradou lê-la. Há mt. gente que escreve e guarda na gaveta, sempre à espera da ocasião que mts.vezes não chega.
ResponderEliminarTriste, mas escrito de uma forma maravilhosa. Adoro vir aqui!
ResponderEliminarSem história? parece-me que até tem uma grande história dentro, que a Luísa resumiu de forma magistral!
ResponderEliminarQue história triste...
ResponderEliminarFicámos sem saber, entre outras coisas, o número que calçava.
ResponderEliminar:)
Era uma vez...uma caixa de sapatos que parecia estar vazia mas não estava!
ResponderEliminarQuando a largaram no papelão saíram de lá papéis que espalhados pelo vento foram encontrados por gente que se interrogou durante uns dias sobre o significado das palavras lá inscritas!
A mim calhou-me...Fim! :)
Abraço
Hão-de fazer isso a tudo o que nós guardamos durante uma vida inteira... Penso muitas vezes nisso...
ResponderEliminarGostos muitos destas tuas histórias, Luísa! Muito imaginação...
Beijinho
Deixar por dizer o que se guarda para o momento certo que nunca chegou. Quem sabe não eram as palavras certas que iriam mudadas o mundo ? Beijinho, Luisa.
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ResponderEliminarTenho as palavras todas guardadas nem sei onde.
Só encontrei esta - GOSTEI!
Beijinho
Vai, certamente, acontecer-me o mesmo! Vamos ver se agarro o alerta. M. Castro
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