domingo, 29 de dezembro de 2013

A barca


A barca era pequena e frágil. Certo dia não aguentou o peso da carga que transportava e, na maré vaza, encalhou. 
A barca, pequena e frágil, espera agora por uma boa maré que lhe permita voltar a navegar,

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Natal

Entro agora em modo Natal e desejo a todos que por aqui passam umas Boas Festas.


domingo, 22 de dezembro de 2013

sábado, 21 de dezembro de 2013

Inverno


Fala-se do tempo.

O tempo é aquele assunto inesgotável e sempre pronto para estabelecer a conversa. Porque está sol. Porque chove. Porque está calor. E porque está frio. E depois há sempre matizes. É mais à noite. Vai ser amanhã. Tem estado assim. Dizem que vai chover. Pelos vistos vamos ter um Natal frio e húmido.

Chegou hoje o inverno. Chegou pouco depois das cinco da tarde. Nem parecia.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Dor reflexa

Há dias de dor
De dor reflexa
Reflexo da dor dos outros
Como um espelho
Daquilo que de repente
Podias ser tu. 

domingo, 15 de dezembro de 2013

Passeio de domingo (176)


Com dezembro a minguar de um jeito inexplicável não me tem sobrado muito tempo para passar aqui pela esquina. No entanto, não querendo falhar com o passeio de domingo, aproveitei alguns minutos depois do almoço, que hoje foi em Silves, para uma breve passagem junto ao rio Arade.







quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Sem história

Durante muitos anos foi guardando palavras na esperança de, um dia, as juntar e contar uma história. Sempre que descobria um termo novo anotava-o num pedaço de papel e guardava-o religiosamente numa caixa de sapatos vazia. Gostava das histórias que começavam por “era uma vez” e tinha decidido que a sua também se iniciaria assim. Ia colecionando essas e outras palavras com o propósito de, quando chegasse a hora, escolher as mais adequadas e encadeá-las umas atrás das outras com o rigor da escrita. Porém não se decidia quanto ao momento certo para começar a sua narrativa.

Morreu sem dar uso às palavras que foi guardando. Quando partilharam os seus pertences, encontraram debaixo da cama uma caixa de sapatos vazia que amolgaram para ocupar menos espaço no depósito do papelão.

domingo, 8 de dezembro de 2013

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

As compras

O novo horário de trabalho reduziu-me a hora de almoço. Agora é mesmo só uma hora. E dá para muito pouca coisa. Come-se em trinta minutos aquecendo a marmita trazida de casa no micro-ondas da sala de refeições do trabalho e tenta-se aproveitar os restantes trinta para um passeio ao ar livre, curto que seja. Sempre dá para arejar um pouco. Não dá, no entanto, para como dantes, resolver assuntos que, não parecendo, são de relativa importância. Sobretudo em época de aproximação de festas natalícias. Ir à loja tornou-se num stress. Num dia entra-se para ver, mas não há tempo para experimentar. No dia seguinte vai-se à prova. E no terceiro chega-se então à caixa.

Isto não é uma queixa. É uma constatação. E constato que, como eu e como as colegas que me acompanham, há mais quem se veja obrigado a regressar à mesma loja, à mesma hora de almoço, em dias sucessivos.

E isto para desespero de uma dessas minhas colegas. Ontem, por distração, conversou durante um ou dois minutos com uma senhora que escolhia camisolas de malha num expositor situado mesmo em frente ao balcão de atendimento. Só percebeu que não estava a falar comigo quando levantou os olhos da camisola que a dita senhora tinha entre mãos e me viu, especada, à espera dela na porta de entrada da loja. Estarrecida com o engano e com a cara de espanto que a outra cliente da loja fazia olhando para ela, saiu de rompante porta fora, incapaz de emitir uma palavra de explicação para a mulher mas rindo sonoramente da sua própria figura.

O episódio foi divertido e regressámos na maior das boas disposições ao trabalho. O pior foi hoje, quando voltámos à loja e nos deparamos com a mesma mulher, junto ao mesmo expositor, apreciando as mesmas camisolas.

Saímos de fininho, enquanto ela ainda estava de costas.  

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Ainda há estrelas no céu

Correria. A vida anda numa correria. E eu correndo-lhe atrás para ver se não perco o que vale a pena. Até que, por momentos, percebo que o que vale a pena se agarra quase sempre sem correr. Como há alguns minutos, quando saí à rua em mais uma tarefa doméstica inadiável e por instantes olhei para o alto. E vi-o. O céu de dezembro. Frio, escuro, mas límpido e pejado de estrelas. 

domingo, 1 de dezembro de 2013

Passeio de domingo (174)


Num domingo muito atarefado, não houve tempo para passeio. Só mesmo uns passinhos ao redor da casa.