Acabo
de ver, na secção de estatísticas do blog, que mais ao menos a
meio da tabela de visualizações de páginas por país, está a
“Região desconhecida”. Bem gostava de saber onde se situa no
mapa, mas o blogger não explica.
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
domingo, 28 de outubro de 2018
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
terça-feira, 23 de outubro de 2018
Rotação
É
nos teus olhos que o mundo inteiro cabe,
mesmo
quando as suas voltas me levam para longe de ti;
e
se outras voltas me fazem ver nos teus
os
meus olhos, não é porque o mundo parou, mas
porque
esse breve olhar nos fez imaginar que
só
nós é que o fazemos andar.
Nuno Júdice
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
domingo, 21 de outubro de 2018
sexta-feira, 19 de outubro de 2018
Falha de memória
Tão mal anda a minha memória que, de manhã, ainda na cama, passada meia hora do despertador ter tocado já não me lembro de o ter ouvido.
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
terça-feira, 16 de outubro de 2018
Impossível
No
metro, a moça que estava sentada na fila de bancos oposta à minha
tinha uma tatuagem na perna. Vestia calções brancos, curtos, e as
palavras, inscritas em letra serifada, estendiam-se da coxa até
próximo do tornozelo. Eram como uma fita, das que agora se usam
sobre a costura externa das calças, que a sublinhava de alto a
baixo.
Uma
tatuagem é como um anúncio. Desperta inevitavelmente a atenção,
queremos perceber do que trata. Mas uma tatuagem é parte do corpo de
alguém e mesmo exposta, como a da perna da moça dos calções
brancos, releva de alguma intimidade e há uma certa reserva que nos
detém, que nos refreia o olhar.
Ali
estavam, pois, uma série de palavras, artisticamente desenhadas numa
fonte old english, e eu a tentar lê-las disfarçadamente. A coxa
dava início à frase com o impossível
e, até pela horizontalidade que permitia, deixou-se ler com alguma
facilidade. Já a partir da curva operada pelo joelho, o exercício
complicava-se, não só pela posição mas também pela passageira,
sentada ao lado daquele corpo feito página, que ocultava
parcialmente o resto do texto.
Eu
lá me esticava toda pelo canto do olho, varria depois o resto da
carruagem como quem se distrai com a presença de todos e cada um,
demorando a vista ora nos passageiros agarrados ao varão metálico,
ora nos que entravam e saíam a cada estação, mas impaciente para
voltar à perna da moça. E voltava, uma e outra vez, até que
consegui concluir a leitura mesmo antes do livro se levantar e sair
no seu destino. Só o
impossível me interessa.
Por sua vez, o meu destino não demorou muito e uma ou duas estações depois,
enquanto saía do metropolitano, pensava que o tal impossível era
bem capaz de ter a mesma natureza dos muitos impossíveis que povoam
os sonhos.
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
Amanhã
Primeiro
são os dias que nos enchem os olhos e as horas, quilómetros a fio,
paisagens mutantes. Seguem-se aqueles que não dispensam nem minutos
para assuntos alheios ao reduto familiar. Depois regressam os
trabalhos que parecem querer vingança sobre o tempo de lazer que
passou e nos roubam os dias precisamente quando estes começam a
encurtar. Pelo meio vai-se instalando insidiosamente um descuido, um
certo desleixo, uma preguiça. Arranja-se sempre una nova desculpa
para o recomeço, aumenta-se a frequência de uma palavra: amanhã.
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