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segunda-feira, 21 de março de 2022

O caos do sonho

 

Estou deitado no sonho não

perturbes o caos que me constrói

Afasta a tua mão


das pálpebras molhadas

Debaixo delas passa

a água das imagens


Gastão Cruz (1941-2022)

sábado, 1 de janeiro de 2022

Dia 1

 

O primeiro dia já declina. Faço uma pausa nos assuntos de tachos e travessas enquanto uns descansam, outros veem televisão, outros caminham e outros, ainda, saíram em visita a amigos. A mesa continua a ser de excessos, a cozinha é o meu reino. A passagem para o novo ano fez-se com a descendência, lábios na flute de champanhe e olhos no horizonte iluminado com o fogo de artifício que se consegue alcançar aqui da varanda de casa. Não comi passas, não formulei desejos, apenas vivi o momento. E que seja isso, que vivamos o momento, a cada momento.

Bons momentos.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Diz que é Natal

 

Desligado o forno, broas de café acabadas de fazer, bolinhos de coco também. Filhós de mel e pastéis de batata-doce comprados no mercado e na mercearia, respetivamente. Bolo-rainha a postos. Embebedadas as peras, pudim trazido por quem já chegou de fora, falta-me uma baba de camelo que também anotei em lista de sobremesas. Fica para tarefa de amanhã, coisa rápida antes de atacar os temperos da carne que se há de assar e comer no dia de Natal e dos preparativos para a ceia, prevendo-se aí o incontornável bacalhau.

Rumo ao convívio familiar restrito, que em parte se fará também com a ajuda da tecnologia, mitigando a ausência de quem não poderá vir (rogo aqui praga ao vírus), sento-me por breves minutos frente a este ecrã, não vá o tempo escapar-se todo sem eu conseguir desejar a quem passe por esta esquina um Feliz Natal.




sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Forte e luminoso

 


Para cores do ano 2021, a Pantone determinou o cinza (ultimate grey) e o amarelo (illuminating)Neste preciso momento, em conjugação com a chuva que cai lá fora, está o cinza a dominar. Resta-me, então, deixar aqui um breve apontamento de amarelo, para completar este primeiro dia do ano, em jeito de votos para que, todos vós, que me dão o privilégio da vossa visita nesta esquina, tenham um feliz, forte e luminoso ano novo.


Puxar para cima


Eu, que até nem sou muito de superstições, a cada primeiro dia do ano cumpro com a orientação que a minha mãe sempre me deu. Para que o ano seja bom, para que seja farto e nos traga tudo que necessitamos, devemos estrear uma peça de roupa. Mas tem de ser uma peça de puxar para cima. Assim, nas minhas gavetas haverá sempre, pelo menos, umas meias-calças prontas para atender à tradição. Por isso, logo pela manhã, vesti-me para o dia de ano novo, puxando para cima com esmero uns colãs opacos, da cor do vestido, para que tudo se conjugue e traga 2021, desde o seu início, bem para cima.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Então é Natal

 


E por muito que este blog esteja ao abandono, ao menos duas palavrinhas têm de se fixar por aqui  para que quem  as veja as possa levar consigo: Boas Festas!

sábado, 25 de abril de 2020

Cravo vermelho, ao gosto popular




Não tinha cravo vermelho
No canteiro do jardim
Para celebrar abril
Tive de desenhar um assim.


quinta-feira, 23 de abril de 2020

quinta-feira, 16 de abril de 2020

A voz


Da tua voz
o corpo
o tempo já vencido

os dedos que me
vogam
nos cabelos

e os lábios que me
roçam pela boca
nesta mansa tontura
em nunca tê-los...

Meu amor
que quartos na memória
não ocupamos nós
se não partimos...

Mas porque assim te invento
e já te troco as horas
vou passando dos teus braços
que não sei
para o vácuo em que me deixas
se demoras
nesta mansa certeza que não vens.





domingo, 22 de dezembro de 2019

Natal

Dias atrás, (quase) sem querer, carreguei no botão de pausa do blog. O problema é que o dito botão encravou de tal maneira que é capaz até de ser preciso chamar um técnico para me resolver o problema. Entretanto, está a chegar o Natal e, à falta de melhor, estou aqui a socorrer-me de um pequeno clipe que faz de alavanca e puxa pelo botão o tempo necessário para, ao menos, deixar aqui as Boas Festas.


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

O tema do dia

Informo os estimados leitores desta esquina que, sobre o tema do dia, está patente, na porta ao lado, uma exposição permanente, de entrada livre.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

sábado, 10 de junho de 2017

O tempo que se vai não torna mais



Que me quereis, perpétuas saudades?
Com que esperança ainda m'enganais?
Que o tempo que se vai não torna mais,
e se torna, não tornam as idades.

Razão é já, ó anos!, que vos vades,
porque estes tão ligeiros que passais,
nem todos para um gosto são iguais, 
nem sempre são conformes as vontades.

Aquilo a que já quis é tão mudado
que quási é outra cousa; porque os dias
têm o primeiro gosto já danado.

Esperanças de novas alegrias
não mas deixa a Fortuna e o Tempo errado,
que do contentamento são espias.

Luís Vaz de Camões

sábado, 29 de abril de 2017

Dança comigo


Risco
Rabisco
Torço
Distorço
Rolo
Enrolo
Corto
Encorpo
Pinto
Finto
Desminto
Toco
Retoco

Fixo-te numa dança só para mim.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Amar abril

Abril chegou-me ainda gaiata a querer ser mulher. Abril chegou-me, de longe, a dois mil quilómetros de distância, sem alarido maior e numa leve inconsciência do que rasgava, do que trazia, do que abria, do que soprava então. Só nas férias grandes dei um pouco mais por ele. Vi-o em agosto, pespegado nos olhos dos casais de namorados que, nas ruas das aldeias portuguesas, se mostravam ao mundo, já sem sombra de pudor.  


Abril

No teu sorriso, o rubro do cravo
No teu olhar, a luz de ser livre
No teu abraço, o conforto seguro
Na tua mão, a força de seguir
Na tua presença, o tempo de amar
No teu beijo, um fruto doce e maduro.