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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Papilio machaon


Andava eu em busca de alimento, dirigindo-me para um terreno onde sabia que ia encontrar arruda (deliciosa, por sinal), quando fui atraída por uma flor enorme, de um cor-de-rosa vivo, que se encontrava rente ao chão, bem no meio de um caminho de terra batida. Conduzida pela minha irrefreável curiosidade, desci em voo controlado e pousei nela. Só então percebi o meu engano e rapidamente me escapuli. Aquilo não era flor que se cheirasse, não. Era o pé de uma fêmea da espécie humana, todo ele protegido por uma armadura denominada sapatilha. Foi um susto que nem vos conto. 

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Anemonia sulcata



Não posso dizer que não gosto do sítio que escolhi para viver, porque gosto. Ora estou debaixo de água, ora estou ligeiramente fora dela. Não há cá monotonia. Nestas quantas horas em que apanho sol também aproveito para ver uma quantidade de seres estranhos que se movem sobre dois tentáculos apenas. Muitos deles param junto a mim e alguns tocam-me. Não gosto do seu sabor e são demasiado grandes para uma refeição. Por falar nisso, já podia subir a maré, a ver se me chega aqui perto algum alimento de jeito.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Odonata


Aqueço a minha curta vida de adulto ao sol de setembro e, sem me mover, olho atentamente à minha volta. Procuro alimento e par com quem tratarei de assegurar a continuação da espécie. Vejo quando te debruças sobre mim. Voo para outro ramo de erva seca ou talvez para o arame daquela cerca. Voo, mas volto a ti. Vá, podes tirar o retrato.