domingo, 26 de agosto de 2018

Passeio de domingo (417)



No meu campo, a preto e branco ou quase.









Semana da preguiçosa (plagiada)


Na segunda me deitei
na terça me levantei
na quarta foi dia santo
na quinta fui à feira
na sexta vim da feira
no sábado fui me confessar
no domingo comungar,
digam-me lá ó leitores
quando é que eu podia blogar?


domingo, 19 de agosto de 2018

Passeio de domingo (416)


Por coincidência, este domingo calha ser em dia mundial da fotografia. Celebro-o então com as geometrias da beira-mar que trouxe de um passeio madrugador.









sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Conversas


Isto está a ficar pior. Ando, cada vez mais, a falar sozinha. As minhas conversas de mim para mim deviam ficar quietas no recinto resguardado do pensamento mas, não sei o que lhes dá, perdem o tino e o decoro, arrombam a porta, saltam sobre a língua, escapam-se entre os dentes e vêm fazer-se ouvir ao ar livre, desvairadas, completamente à solta. É preciso colocar alguma ordem nisto, penso. E se o penso, melhor o digo. Agora mesmo me ouvi dizer, alto e bom som, de mim para mim, mulher, controla-te e para de falar sozinha.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Queixinhas


Estendi agora mesmo a segunda corda de roupa deste serão. Uma máquina de roupa branca ocupou um varal. Uma máquina de roupa escura ocupou outro. A história de hoje repete a de ontem. Fora outro dia da semana que já nem sei dizer qual. Queixa-se a máquina que tem os rolamentos a manifestarem-se de forma ruidosa. Queixa-se o estendal de que não lhe dou descanso. Queixo-me eu aqui e queixa-se este blog que, tal como os seus leitores, não deve estar com paciência para queixinhas.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Devidos efeitos


Reconheço, com efeito,
que não há gente sem defeito,
mas se há feito que me apoquenta,
diria mesmo atormenta,
é o de certa gente
que, invariavelmente,
e com falta de eloquência
me despacha o expediente
com um pouco expressivo
e nada consequente
para os devidos efeitos.

domingo, 5 de agosto de 2018

sábado, 4 de agosto de 2018

Suar em bica


Calma


Acabei de ouvir cantar um galo. Não imaginava ouvi-lo assim pela calma. É suposto os galos cantarem de madrugada. O seu canto, a esta hora, só pode ser um lamento, uma queixa. Tal como o piar dos pardais que se aninham no meu telheiro e que de igual modo se lastimam. Assim penso eu que os ouço aqui de dentro de casa e faço de conta que lhes entendo a linguagem. Não sei em que traço da escala estará agora o marcador do termómetro que não tenho por aqui mas, assim a toque de pele, nem eu me aguentaria agora debaixo daquele alpendre. Confino-me às quatro paredes, até que passe este tempo de recolher quase obrigatório, bebo mais um copo de água, folheio mais umas páginas da revista.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Toque de acordar


Agora que se aproxima a hora a que tenho por hábito recolher-me, eu moça de deitar cedo e de cedo erguer, convoco aqui o inusitado concerto que me acordou esta madrugada, um tanto antes do agendado toque do despertar telefónico. Ainda nem clareava e já cantavam os galos. Coisa normal, dirão. Sem dúvida, não fosse o coro de cigarras que acompanhava estes tenores matinais. Bem antes dos pardais e da rola turca, que atuam quando já me encontro debaixo do chuveiro, as cigarras deram nota do que viria a ser este dia. Bem antes, até, de cair no telemóvel o aviso da Proteção Civil.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Lamentação do blog encravado


Aqui estou eu há mais de uma semana sem qualquer atualização. Não é que eu não goste de me entreter brincando com o ioió que me deixaram no último post mas parece-me que de tanto o usar já lhe estraguei o fio. Encravou ele, solidário comigo, aqui encravado também. Fui, discretamente, fazendo alguns apelos a quem me administra mas foi tudo em vão. A resposta veio embrulhada em pano de absoluta falta de tempo. É sempre a mesma coisa e é sempre o tempo que paga.