Eu devia ter desconfiado. Que ingénua fui. É bem sabido que estas terras do sul estão cheias de feitiços. O que por cá não falta são histórias de mouras encantadas e também são muitas as histórias de bruxas e de lobisomens. Como é que eu fui na cantiga da Luisa. Muito paz, muita serenidade: olha, vem mas é descansar um pouco, foge dessa guerra blogueira, passas cá uns dias, aproveitas o sol e até te divertes no Carnaval. Pois. E eu, burra, enfim, vaca desmiolada, caí na esparrela. Então não era de ter pensado logo que isto de ir de férias para um blogue com nome de esquina só me podia levar uma encruzilhada esquisita. E vejam só o que me aconteceu… Com a desculpa dos disfarces carnavalescos agora vejo-me transformada em manteigueira de cerâmica e não consigo libertar-me do trajo. Enquanto me mascarava, bem a ouvi murmurar umas palavras estranhas e agitar uns lenços de seda ao mesmo tempo que rodopiava em meu redor. No momento não entendi, apenas achei que ela, disfarçada de odalisca, ensaiava uma dança para o baile de máscaras. Mas ó, desgraça a minha, era o feitiço. Depois, riu-se muito, desembrulhou um pacote de manteiga e colocou-o dentro de mim. Agora és só minha, disse, ficas a pertencer à minha coleção. Não haverá quem quebre este feitiço, pois quem o podia fazer deixou há muito tempo as lides bloguísticas, continuou. E detalhando explicou: só a conjugação de uma lua cheia com o regresso de uma Pirata e da senhora Sorriso, poderia resgatar-te a esse corpo de barro.
E agora, ai de mim…. Socorro! Muááááá, muáááááááa!