segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Seguir ou ser seguido


Oh mãe, diz-me lá, tu eras líder? Eras líder ou eras seguidora? Sem resposta, a pequena insiste. Diz lá, mãe, no teu tempo eras seguida ou eras seguidora? Não cheguei a saber qual foi a resposta, ou sequer se foi dada, porque depois de experimentar as sapatilhas e de verificar que me serviam, afastei-me dos bancos de provas e dirigi-me às caixas da loja de desporto para pagar. Fui pensando em como era no meu tempo. E não sei se é a memória que me atraiçoa, mas não me lembro nem de pensar em tais termos. As minhas redes não se teciam assim, com líderes e seguidores, ou então éramos líderes e seguidores à vez sem nos preocuparmos com a posição assumida. À vez influenciávamos, à vez éramos influenciados. E também não havia algoritmos intrometidos.

8 comentários:

  1. Fiquei logo com má vontade à pergunta. Mas alguém humano não é seguidor? Se até o processo de nos tornarmos homens é social.... Pois. Depois há os líderes natos, às vezes uns déspotas, e os que lideram quando calha, mas não se agarram à liderança. E há mais. Mas reduzir o mundo dos homens às duas categorias é tão errado como dividi-los em bons e maus.

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    1. bea, entendi esta conversa entre mãe e filha (ou melhor, da filha para a mãe) sobretudo no âmbito das redes sociais, com os denominados influenciadores e toda a exacerbação do seu papel...

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  2. Ainda que sem má vontade à pergunta, estou tão em sintonia com as palavras da Bea, que nem me atrevo a acrescentar mais nada...:)

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    1. Olha, Janita, eu digo-te que sou tua seguidora e que tu és minha seguidora... :))

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  3. A minha adolescência foi passada num colégio de religiosas em regime de internato.
    Lembro-me das amizades desenvolvidas, da interajuda , do companheirismo, do "contrabando" que as alunas externas faziam com fotonovelas, cartas de namoradinhos, etc.
    Agora há um desenfreado desejo de se ser líder!
    Somos o que somos!

    Abraço

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    1. Ser líder é uma coisa boa, Rosa dos Ventos. Bons líderes precisam-se. :) Mas é como diz, assistimos a concorrência desenfreada para esse papel.

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  4. Estou de acordo com a Luísa, a questão nunca se pôs nesses termos: umas vezes influenciávamos, outras éramos influenciadas.
    Eu sei que não tenho espírito de liderança nem sou nada competitiva, aquela coisa de ser a melhor, de ficar em primeiro lugar nunca me interessou, e nas vezes que isso aconteceu fiquei foi sem jeito por ser o centro das atenções.
    Mas também não suporto gente mandona.
    Enfim, acho que sou intragável: não gosto de mandar nem de ser mandada, gosto mesmo é de trabalhar em equipa.

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  5. Isso mesmo, Maria. Trabalhar em equipa, embora as equipas precisem de líderes. :)

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