Cumprindo com o compromisso de responder ao desafio 12 meses proposto pela j. do blogue azul turqueza, cá estou eu com a palavra que escolhi para ilustrar janeiro: recomeço. E para ilustrar a palavra recomeço escolhi a flor de amendoeira que nesta época do ano marca a paisagem da minha região fazendo com que o inverno pareça primavera.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
O treino
Percebi há pouco, ouvindo um banqueiro a falar na televisão,
que nós, os portugueses, devemos estar a treinar intensamente para alcançar um qualquer lugar
no pódio da pobreza. Percebi que estamos
numa corrida de resistência. Sim. E o tal banqueiro dizia, convicto, que vamos
aguentar. À nossa frente está outro país, a Grécia, que já aguentou e ainda
aguenta muito mais. E se lá conseguem aguentar, não há razão para nós, cá, não conseguirmos,
reforçava o banqueiro. Nesta intervenção, que me pareceu de treinador que quer motivar os seus
atletas, o banqueiro insistia. Vejam que quando vamos na rua por vezes nos deparamos com
alguns sem-abrigo e devemos pensar que nós, qualquer um de nós pode vir a ser
como eles. E se os sem-abrigo aguentam, porque é que qualquer um de nós não há de
aguentar?
Grande treinador. Perito na motivação. Pena eu nunca ter
tido vocação para o desporto.
domingo, 27 de janeiro de 2013
Passeio de domingo (132)
Este foi mais um domingo cinzento em que uma chuvinha mansa, que por cá chamamos "nuvrinha", resolveu salpicar os campos. Aproveitei uma pequena aberta para captar um pouco de cor e espiar durante alguns momentos uma poupa que também passeava por aqui.
sábado, 26 de janeiro de 2013
Jantar temático
Há pessoas assim. De bem com a vida. No caso dela, não posso
dizer que conheça bem a vida que leva. Na verdade, pouco ou nada sei sobre ela.
Sei o seu nome. Sei a sua profissão. Sei onde trabalha. Adivinho-lhe a idade. E
sei aquilo que as conversas triviais deixam escapar. As histórias que
deliberadamente conta. Por isso sei que vive sozinha. Por isso sei que aprecia
boa comida. E pela forma como se apresenta, pelas roupas que veste, pelas nails a condizer, sei que tem um lado coquette. Mas o que fixei mesmo foi o
seu gosto pela vida e a disposição com que lhe dá cor em cada dia. E sabor.
Há dias contou que gosta de variar a sua ementa e que não
descura a composição dos cenários dos seus jantares a sós. Quando resolve fazer
um jantar chinês, por exemplo, não está com meias medidas. Compra a comida, põe
a mesa a rigor com as cores e os acessórios que criam o necessário ambiente
oriental, regula a intensidade da luz sobre a mesa e veste o seu qipao.
Tudo isso só para ela? Sem outra companhia? Pois sim.
Pensarão que sou louca, diz. Não. Eu penso é que por vezes talvez precisasse de uma
pequena dose, de uma ínfima parte que fosse, desta sua loucura.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Tecnologias
Sei que nunca vou acompanhar como deve ser os avanços dos
tempos e que nunca serei verdadeiramente moderna. Quando preciso de criar um
lembrete não programo alertas no telemóvel. Colo nele um post-it com uma nota manuscrita.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Tempo
Preciso do tempo.
Preciso daquele tempo com que tudo passa. Com que tudo esquece.
Preciso daquele tempo que dá lugar a outro tempo e que desfaz, aos poucos, o desalento.
domingo, 20 de janeiro de 2013
sábado, 19 de janeiro de 2013
L'important c'est la rose
Quando tinha 20 anos, um pouco mais ou um pouco menos, e
chegava o dia de limpar a casa, abria as janelas de par em par, colocava um
disco a girar, subia o som para o máximo, e atirava-me ao pó.
Hoje em dia já não tenho gira-discos e não também não me
habituei a andar com a música ligada aos ouvidos a partir de um leitor de mp3.
Mas continua a chegar o dia de limpar a casa. À falta de música no ar vou eu
cantarolando enquanto tento exterminar os ácaros. As cantigas chegam sem razão
e sem ordem particular. Hoje, vá-se lá saber porquê, só me deu para trautear
palavras que giravam em torno de uma simples rosa.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Rascunhos
Folheio
o meu caderno de escritas e lamento-me em silêncio por vê-lo tão rasurado. Mas,
na verdade, é só um caderno de rascunhos e é isso que acontece com os
rascunhos. Ficam rasurados. Uma palavra riscada, outra sobreposta. Um parágrafo
solto com um sinal que o remete para o sítio onde deveria estar. Vai ser
preciso passar tudo a limpo.
Folheio
o meu caderno de escritas e fico a pensar que invejo quem é capaz de escrever
sem rasuras. Sonho com um caderno de escritas aprumado, de letra certinha, de linhas
fluidas. Folheio o meu caderno e lamento-me em silêncio por tantos erros.
Tantas palavras que preciso corrigir, mudar de lugar, substituir. Fico a pensar
que terei que me aperfeiçoar e que no próximo caderno que encetar vou ser mais
cuidadosa. Vou escrever bonito. Bem pensado. Sem enganos.
Mas logo
percebo que isso nunca vai acontecer. O meu caderno de escritas é como os dias
que passam. Vai sempre haver pequenos tropeções. Posso até escrever um ou dois
parágrafos sem percalços mas, nalgum ponto, acabarei sempre por errar e estarei
condenada a aceitar que, na verdade, o meu caderno não passa de um caderno de
rascunhos.
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