terça-feira, 5 de dezembro de 2017

A birra

A criança, uma menina, começa uma birra. Está ao colo do pai, na fila para as caixas do supermercado. Grita e estica-se em direção à mãe, que, logo atrás, carrega nos braços as compras. Os progenitores sorriem enquanto a pequena insiste na gritaria e consegue alcançar a ponta do rabo de cavalo da mãe, uma cigana de longos cabelos negros e farto peito a sobrar no decote.  Sente-se a força da miúda puxando os cabelos da mãe com toda a raiva que uma criança de dois anos consegue ter. O pai vem em auxílio da mulher e solta-lhe os cabelos das mãos da pequena que grita cada vez mais. Riem-se os dois enternecidos e, sem uma reprimenda sequer, seguem para a caixa 26, entretanto anunciada para eles no altifalante.

16 comentários:

  1. Esta gente (e com isto não quero referir só os ciganos) não se dá conta de como educam os seus filhos e muito menos de quanto incomodam quem assiste a estas cenas extremamente desagradáveis ! :((
    Ainda hoje li uma crónica de Eduardo Sá em que ele diz (entre outras coisas) que os pais têm que "ser chatos" para os filhos (e não apenas bonzinhos) e saber ensinar o que representa o "não" !

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  2. Limites devem ser colocados desde bebês... Se assim.nao for ninguém aguenta!Bjs chica

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  3. As crianças têm que saber que há limites, desde a mais tenra idade.
    Abraço

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  4. Rui,
    Na verdade, e apesar da birra da criança que aparentemente apenas queria o colo da mãe, o que me surpreendeu (e positivamente) na cena foi a calma dos pais, a serenidade com que encararam a situação, não fazendo eles (como por vezes se vê) uma fita. Não é fácil lidar com as birras dos pequeninos, assim em público. É preciso ter muita paciência e estes pais, quanto a mim, portaram-se à altura. Quando escrevi este pequeno relato pretendia transmitir essa atitude positiva dos pais. Se calhar dei demasiada força à parte da gritaria da criança... :))

    chica,
    Sim, mas até os limites têm que ser bem dimensionados... :)

    Elvira,
    Claro, mas educar tem muito que se lhe diga. Tenho assistido a cenas muito desagradáveis de pais tentando controlar as birras dos filhos com alguma agressividade. Este casal pareceu-me estar a adotar uma boa atitude. Seguiram tranquilos e o sorriso que levavam com eles acabou por contagiar quem esperava na fila, pois reparei que as pessoas que se encontravam entre mim e eles também sorriam. :)

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  5. E ainda há quem pense, e diga, que os ciganos resolvem tudo à batatada. Ou tu, Luísa, adoçaste a narrativa ou esses pais sabem bem como se comportar em público quando a sua criança faz birra e eles sabem o motivo, que no caso era o colo da mãe. Motivo mais que justo.:) Gostei igualmente da cumplicidade e entendimento entre os pais. Quantas vezes estes se zangam por terem opiniões divergentes, em relação à forma de educar os filhos...assisti a muitas! :(
    Se fosse apenas birra, birra, uma palmadinha no rabiote seria a solução. Digo eu, pragmática, que sou. :)

    Beijinhos.

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  6. Boa noite. A educação vem do berço. Se os deixam desde logo fazer tudo o que querem, depois é assim. Riem-se com coisas que não têm piada. Existem regras :)

    {Nosso blogue:-Até que a vida nos separe.}

    Bjos
    Noite Feliz

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  7. Digo que resolver uma birra infantil em público não é fácil. E também não sou apologista de castigar no local.Talvez pense assim por influência da minha própria educação. Minha mãe jamais castigou um filho em presença de terceiros. Mas, uma vez em casa, não deixava nunca de o fazer. A punição por um mau comportamento, fosse ela de que natureza fosse - variava em função do sucedido -, mas não ficava esquecida e nem demorava.
    No exemplo, os pais parecem sintonizar, o que é bom. O facto de serem ciganos não adiante nem atrasa. São pais.

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  8. Janita,
    São os preconceitos. Poucos de nós escapam a eles.
    Não adocei a história, não. Na verdade, eles mantiveram-se calmos e com uma atitude positiva. Foi isso que me chamou a atenção.

    Larissa,
    Sim, convém que se explique as regras aos mais pequenos e que se lhes dê o exemplo quanto a comportamentos.

    Bea,
    Realmente não é o facto de serem ciganos que importa, mas reconheço que, por preconceito, podemos ser levados a avaliar as situações que observamos de forma diferente.

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  9. Sejam ou não "Etnias", o certo é que se vêm muitas crianças com maus comportamentos do género! As regras da boa educação dão-se desde que nascem. Mas agora é assim... Quando fazem cenas assim com 2/3 anos, quando forem maiores batem nos pais... Dá que pensar.

    Beijos e uma excelente noite

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  10. Educação fica bem em todas as raças e etnias, mas hoje em dia é muito perigoso tentar dar educaão aos filhos em público. Acho que as pessoas se inibem, ou então são mesmo permissivas. Sempre houve birras e sempre houve todos os tipos de pais :)

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  11. Onde está os limites desses pais, é em casa que se educa filhos, para não passar por esse vexame em público.

    Penso que tudo nesse mundão de Deus está tudo errado, tudo as avessas em todos os sentidos! bj

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  12. Pois, e como não ensinaram a menina a não ser selvagem, ela vai voltar a fazer fitas, cada vez maiores.
    Seria problema deles se não incomodassem terceiros.
    Mas não é assim.

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  13. Luísa, é preciso saber distinguir as birras. Neste caso parece-me que se trataria de algo inócuo, uma brincadeira, um jogo perfeitamente expectável numa criança desta idade. Nada de mais e os pais agiram em conformidade.

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  14. Educar é a tarefa mais difícil que conheço. Não há regras certas e o que funciona com uma criança não funciona com outras. Mas confesso que manter a calma é uma boa opção para lidar com birras.
    :)

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  15. Bom dia. Se calhar uma reprimenda não ficava mal. Educar não são só sorrisos, mas sim, intervir se preciso de forma mais dura para que a criança aprenda a respeitar.
    .
    Deixo cumprimentos poéticos
    .

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  16. Cidália,
    Na cena a que assisti, consegui entender o porquê da birra da criança e pareceu-me que o comportamento dos pais foi adequado. Mas, claro que a boa educação deve inculcar-se desde a mais tenra idade.

    GM,
    Na verdade, não devemos julgar os outros só por uma cena deste género a que assistimos. São uns minutos breves em que testemunhamos uma birra, coisa que acontece a todas as crianças e em todas as famílias.

    Lenalima,
    Penso que não é assim tão fácil. Mesmo educando os filhos em casa para bons comportamentos, não acredito que se esteja a totalmente salvo de uma birra em público.

    Pedro Coimbra,
    Na verdade, eu não me senti propriamente incomodada com a birra da miúda. Foi algo que consegui entender e o que quis destacar neste pequeno texto até foi a atitude dos pais que, no caso, me pareceu adequada. Era o tipo de birra que, minutos depois, estaria sanada.

    Isabel,
    Tens toda a razão. Entendi a cena assim mesmo e o que pretendi foi mostrar como em situações destas, por vezes há pais que se zangam inutilmente com os miúdos, fazendo até piorar a birra. Estes não. Penso que agiram, de facto, em conformidade com a situação.

    Janela Indiscreta,
    Concordo. Educar é muito difícil e por isso mesmo, não devemos julgar o que vemos nos outros, em demasia.

    Gil António,
    Neste caso não me pareceu que se devesse tomar uma atitude dura com a bébé. Há birras e birras…


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